A IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL E AS RECOMENDAÇÕES DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (O.M.S)

Segundo a OMS, estima-se que em 2015 303 mil mulheres morreram por causas relacionadas à gravidez e a qualidade dos cuidados no pré-natal e no parto poderia evitar muitas dessas mortes.

Neste sentido o pré-natal, implantado de forma oportuna e apoiado em um medicina baseada em boas evidências, constitui uma ferramenta importante para a promoção da saúde, o rastreio, o diagnóstico e a prevenção das doenças no período da gravidez além de ser uma oportunidade para informar as mulheres grávidas sobre questões fisiológicas, promover o incentivo a um estilo de vida saudável, discutir sobre planejamento familiar e assegurar uma transição sem traumas para o trabalho de parto e parto.

É importante lembrar que durante o pré-natal deve ser discutido com a mulher sobre trabalho de parto, parto e questionar esta mulher sobre as suas expectativas, saber dela o que ela gostaria que fosse feito e, principalmente, o que não fosse feito durante o seu trabalho de parto e parto – construindo desta maneira um PLANO DE PARTO onde o desejo da mulher e a sua autonomia de tomar decisões sejam respeitadas.

Em novembro de 2016 a OMS emitiu uma série de recomendações sobre os cuidados pré natais:

Recomenda-se às mulheres grávidas uma alimentação saudável e atividade física regular para que se mantenham saudáveis e evitem o ganho de peso excessivo. Recomenda-se também diminuir a ingesta de cafeína

Recomenda-se um suplemento oral diário de ferro e ácido fólico a fim de se evitar anemia, infecção puerperal, parto prematuro e recém-nascido de baixo peso. Nas populações com baixa ingestão de cálcio são recomendados suplementos diários de cálcio (1,5-2,0 gramas/dia)

Recomenda-se a pesquisa de anemia (hemograma), bacteriuria assintomática, ou seja, infecção urinária sem sintomas (urocultura), diabetes, sífilis, HIV, Hepatites B e C, sorologias para rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus.

Recomenda-se durante as consultas de pré-natal considerar uma sondagem clínica sobre a eventual existência de violência doméstica.

Recomenda-se perguntar, tão cedo possível e em todas as consulta se a mulher usa ou já usou tabaco (ou está exposta ao fumo passivo), álcoool e drogas ilícitas.

Recomenda-se a vacina de tétano para todas as gestantes.

Segundo a OMS uma única ultrassonografia antes de 24 semanas seria suficiente para estimar a idade gestacional, melhorar a detecção de anomalias fetais e gravidezes múltiplas. Ultrassonografia obstétrica com Doppler e cardiotocografia de rotina em populações de risco habitual não devem ser recomendadas.

Recomenda-se um regime de antibiótico por 7 dias para todas as gestantes com bacteriuria assintomática.

Recomenda-se que os sintomas mais comuns da gestação (náuseas/vômitos; azia; caibras nas pernas; dores lombares/pélvicas; constipação intestinal; veias varicosas e edemas nas pernas) devem ser tratados.

E por fim é sempre bom lembrar que gestantes de risco habitual, ou seja, sem patologias, podem ter o seu pré-natal realizado por médicos obstetras, enfermeiras obstetras, obstetrizes e médicos da família.

FONTE: site da Organização Mundial da Saúde