Muito tempo antes da industrialização, da segunda guerra mundial, da medicalização da medicina e da apropriação do parto pelo médico, as mulheres – nossas tataravós, bisavós e avós, davam à luz em casa, rodeadas por outras mulheres e pela figura da parteira. Essas mulheres ofereciam apoio, suporte, incentivo e, acima de tudo, respeitavam o “ritual do parir” como sagrado, o sagrado feminino em uma de suas plenitudes.
O parto, esta força da natureza que transforma mulheres em mães, tem sido encarado como um processo perigoso e não fisiológico e, por esta razão, tantas cesáreas são realizadas todos os dias.
E na contramão de tudo isso, surge o movimento da humanização.
Este movimento se fez necessário e presente para resgatar o protagonismo das mulheres, o seu direito de escolha, preocupando-se com a preservação de sua autonomia, sua integridade física e psíquica, permitindo que elas decidam livremente e de forma consciente sobre seu direito reprodutivo, protagonizando as decisões sobre onde, como e com quem querem parir seus filhos.
Não importa se vão dar à Luz em um parto vaginal na banheira ou através de uma cesárea – que deve ser decidida a partir de informações claras e baseadas em boas evidências, o que importa, e muito, é que esta mulher tenha a oportunidade de ser ouvida, que tenha seu caso acolhido e individualizado e que tenha seu direito de escolha respeitado.
Aromaterapia, pétalas de rosa na banheira e música relaxante não tornam seu parto humanizado. Parto humanizado não é sinônimo de parir em casa, sem anestesia, abraçada a uma árvore e no final ingerir a placenta. Não, não é isso! Parto humanizado vai muito além disso: permite que você participe ativamente do processo, possibilita vivenciar o nascimento de forma plena e consciente, ajudando a entender que se trata de algo puramente natural e fisiológico.
Mas se você quiser que tenha velas, músicas, aromas, incensos, tudo bem! O parto é seu!
Foto | Bia Takata